Políticas públicas como estratégia de proteção à propriedade intelectual e cultural das comunidades indígenas: um caminho para o combate à biopirataria
Data
2021
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Brasil
Resumo
O crescente desenvolvimento globalizado da biotecnologia propulsionou acordos
internacionais sobre a propriedade intelectual, promovendo a implementação de
marcas e patentes internacionais. Ocorre que, em nome da biotecnologia e sem
a criação de leis eficazes, ocorrer a apropriação indevida dos conhecimentos dos
povos indígenas acerca de propriedades terapêuticas e princípios ativos de produtos
da fauna e flora, sem intervenção fiscalizatória efetiva do Poder Público. O presente
estudo parte do pressuposto que as políticas públicas brasileiras de proteção aos
povos tradicionais e suas culturas ancestrais apresentam frgilidades no combate à
biopirataria, em especial em transações internacionais. Neste contexto, esta pesquisa
tem por objetivo analisar como as politicas publicas e a legislação estão sendo
aplicadas e quais os reflexos na proteção da propriedade intelectual e cultural das
comunidades indígenas em face à prática da biopirataria. Trata-se de pesquisa em
fontes secundárias que parte de investigação nas políticas públicas nacionais, por
meio de uma revisão bibliográfica e estudo da arte. O estudo tem caráter qualitativo,
com ênfase na análise da realidade a partir de pesquisa documental de legislações e
Convenções Internacionais. Usa-se o método descritivo-dedutivo com a finalidade de
analisar as ferramentas aplicadas no combate a biopirataria e toma-se como objeto
de estudo a concessão e revogação da patente da Ayahuaska, planta originária da
Amazônia, por cidadão norte americano. Neste sentido a pesquisa foi realizada na
perpectiva histórica-dialética que permitiu a compreensão e análise da realidade atual
e do processo histórico brasileiro. Como resultado a pesquisa apresenta que para
combater à biopirataria no Brasil é necessário o fortalecimento do arcabouço jurídico
protetivo, com a reforma da Lei 13.123/15, tipificação do crime de biopirataria, além
da intensificação da fiscalização pelo Poder Público e o desenvolvimento de políticas
públicas voltadas para a educação ambiental que tenha também no seu arcabouço
teórico a importancia dos conhecimentos tradicionais indigenas e do patrimônio
cultural imaterial que eles podem transmitir às novas gerações.
Abstract
The increasing globalized development of biotechnology propelled international
agreements on intellectual property, promoting the implementation of international
trademarks and patents. In this sense, in the name of biotechnology and without the
creation of effective laws, there is a misappropriation of the knowledge of indigenous
peoples about therapeutic properties and active principles of fauna and flora products,
without supervisory intervention by the Public Administration. This study assumes that
Brazilian public policies to protect traditional peoples and their ancestral cultures are
not effective in combating biopiracy, especially in international transactions. In this
context, this research aims to analyze how these are being applied and what are the
effects on the protection of intellectual and cultural property of indigenous communities
in the face of the practice of biopiracy. This research is based on secondary sources
that starts with an investigation into national public policies, through a literature review
and study of art. The descriptive-deductive method is used in order to analyze the tools
applied to combat biopiracy. The granting and revocation of the patente on Ayahuaska,
a plant from Amazon, by a North American citizen is used as an object of study. In this
sense, the research was carried out from the historical-dialectical perspective that
allowed the understanding and analysis of the current reality and the Brazilian historical
process. As a result, the research shows that to combat biopiracy in Brazil it is
necessary to strengthen the protective legal framework, with the reform of Law
13.123/15, to tipify the crime of biopiracy, in addition to the intensification of inspection
by the Public Administration and the development of public policies focusing on
environmental education based on a theoretical framework which shows the
importance of indigenous traditional knowledge and the intangible cultural heritage that
can be transmited to new generations.
Descrição
Palavras-chave
Biodiversidade, Povos indígenas, Patrimônio genético