Transtornos mentais e fatores socioambientais: estudo de realidade e propostas de mitigação de reincidências hospitalares.
Data
2024
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Editor
Universidade Brasil
Resumo
O presente estudo destaca a importância de se considerar os fatores socioambientais na abordagem do tratamento de transtornos mentais e a necessidade de se implementar estratégias que envolvam a família, as redes de apoio do paciente e a atenção primária em saúde para minimizar as reincidências hospitalares. Para tal, o objetivo do trabalho foi investigar a correlação entre reincidência hospitalar de pacientes portadores de transtornos mentais e as condições socioambientais da realidade objetiva a que estão submetidos na vida cotidiana. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa com revisão integrativa, a amostragem foi realizada por conveniência, com amostragem não probabilística. Neste sentido, buscamos estabelecer um perfil para o indivíduo que passa por reinternação em tratamento de transtornos mentais. Para isso consideramos o gênero dos pacientes, localização da moradia, a escolaridade, o estado civil, a religião e a cor. O que pudemos concluir com o estudo é que indivíduos em situação de reincidência hospitalar em tratamentos de saúde mental precisam que o sistema de saúde os acolha na sua singularidade, inclusive no que se refere ao seu perfil, condições físicas e objetivas de vida; especialmente em relação as condições ambientais do lugar onde vive. A pesquisa nos permite concluir que o acolhimento eficiente na atenção primária – Centro de Atenção Psicossocial, bem como no processo de desospitalização são fundamentais para a recuperação e a mitigação das reincidências hospitalares que são potencializadas pelas frágeis condições ambientais onde a maioria dos reincidentes residem e os desgastes nas relações familiares provocados pela sucessão de estados de doenças destes familiares. Neste contexto o estudo aponta para a urgência de medidas e políticas públicas de atenção extensiva às famílias no seu próprio território, especialmente com a implementação da política nacional antimanicomial.
Abstract
This study highlights the importance of considering socio-environmental factors when approaching the treatment of mental disorders and the need to implement strategies that involve the family, the patient's support networks and primary health care to minimize hospital relapses. To this end, the objective of the study was to investigate the correlation between hospital relapses of patients with mental disorders and the socio-environmental conditions of the objective reality to which they are subjected in their daily lives. This is quantitative-qualitative research with integrative review, sampling was carried out by convenience, with non-probabilistic sampling. In this sense, we sought to establish a profile for the individual who undergoes rehospitalization for treatment of mental disorders. To this end, we considered the gender of the patients, location of residence, education, marital status, religion and race. What we were able to conclude from the study is that individuals in a situation of hospital relapse in mental health treatments need the health system to welcome them in their uniqueness, including with regard to their profile, physical and objective living conditions; especially in relation to the environmental conditions of the place where they live. The research allows us to conclude that efficient reception in primary care – Psychosocial Care Center, as well as in the dehospitalization process are fundamental for the recovery and mitigation of hospital relapses that are enhanced by the fragile environmental conditions where most reoffenders live and the deterioration in family relationships caused by the succession of diseases of these family members. In this context, the study points to the urgency of measures and public policies for extensive care for families in their own territory, especially with the implementation of the national anti-asylum policy.
Descrição
Palavras-chave
Saúde mental, Sistemas de serviços públicos de saúde, Rede de atendimento de saúde mental, Ocupação hospitalar, Questão ambiental