Ambiente, relações de trabalho e psicopatologias: estudo da saúde do trabalhador = environment, labor relations and psychopathologies: study of occupational health
Data
2014
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Editor
Universidade Camilo Castelo Branco
Resumo
No mundo moderno, a evolução das organizações não revela preocupação efetiva
com as necessidades intrassubjetivas do homem ligadas ao ambiente do trabalho;
com as demandas surgidas para a real adaptação física e mental dos trabalhadores
ao ambiente do trabalho. Tal evolução, consequência do desenvolvimento
econômico e das exigências da produção do mundo capitalista, não apresenta
grande preocupação com a satisfação ou insatisfação do trabalhador. As formas
pelas quais o processo do trabalho tem sido considerado ao longo do último século
trouxeram tanto impactos negativos quanto positivos nas relações laborais e de
produção no ambiente relacional do trabalho. Ao atender as prescrições da
organização, o trabalhador ou cumpre as tarefas para garantir a consecução dos
objetivos organizacionais prescritos, mesmo se expondo ao sofrimento, ou, ao deixar
de executar convenientemente sua tarefa, sente-se frustrado e pode expor-se à
ameaça do desemprego ou à perda do significado do trabalho, a patologias ou
psicopatologias favorecidas pelo ambiente e relações insatisfatórias neste ambiente.
Neste contexto, o aprofundamento teórico e a investigação de campo acerca da
temática expressam a relevância da pesquisa. De natureza quanti-qualitativa, a
pesquisa investiga, no cotidiano dos trabalhadores na área da saúde, os impactos
do ambiente relacional de trabalho e suas interações sob a ótica da psicodinâmica
do trabalho, com a expectativa de sugerir linhas de gestão que minimizem o
surgimento de patologias e psicopatologias em situações laborativas, reduzindo-as a
níveis satisfatórios ou suportáveis para o trabalhador. Para a coleta de dados, a
pesquisa de campo centra-se no Hospital de Ensino Santa Casa de Fernandópolis,
utilizando-se questionário com perguntas abertas e fechadas, observação e relatório
do Serviço Especializado em Medicina e Segurança do Trabalho. Pelos dados
coletados, observa-se tensão com as tarefas cotidianas, queixas sobre ausência de
benefícios ao trabalhador, presença de condições físicas insatisfatórias, pressão na
relação de subordinação e necessidade de melhorias na comunicação como molas
propulsoras do adoecimento nesse ambiente de trabalho. Revela aspectos positivos,
como o reconhecimento expresso pelos usuários o qual se destaca como elemento
redutor de estresse e fadiga, incentivo ao engajamento e espírito cooperativo e de
ajuda mútua entre colegas de mesma equipe, como elementos que contribuem para
a satisfação e realização profissional. A investigação aponta como possibilidade
para a re-significação do trabalho a necessidade de planejamento de ações
institucionais voltadas para a atenção psicoafetiva dos trabalhadores, melhora da
comunicação interna, oferta de boas condições de trabalho e conscientização sobre
as relações intersubjetivas positivas no ambiente relacional de trabalho.
Abstract
Descrição
Palavras-chave
Ambiente relacional, Prazer, Sofrimento, Psicopatologias