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Os ácidos orgânicos e alguns extratos herbais apresentam efeito
antimicrobiano, sendo assim podem possuir controle na Escherichia coli e
Salmonella spp. São os principais causadores da síndrome da diarreia em
bezerros jovens e importante causa de morbidade e mortalidade, resultando
em perdas econômicas consideráveis aos pecuaristas. Nesta casuística, vários
enteropatógenos podem estar envolvidos, isoladamente ou em associação,
sendo a Escherichia coli e Salmonella spp., dois dos principais agentes
causadores desta síndrome. Nesse sentido, os ácidos orgânicos e alguns
extratos herbais podem ser uma alternativa no controle da diarreia em bezerros
neonatos, uma vez que apresentam efeito antimicrobiano. Porém, os ácidos e
sais orgânicos são populares e muito bem documentados na produção de
suínos e aves, mas informações sobre os eventuais efeitos destes compostos
no controle de diarreia em bezerros são ainda desconhecidas. Este estudo
visou determinar a atividade antimicrobiana de uma mistura de ácidos
orgânicos, associados ou não com extrato herbal, no controle in vitro de
Escherichia coli e Salmonella spp., agentes causadores de diarreia em
bezerros lactentes. Para o estudo, foram utilizadas as linhagens padrões:
Escherichia coli O157:H7 ATCC 43888 e Salmonella enterica subsp. enterica
serovar Typhi CCCD S003, sendo reativadas em meio agarizado de Tayer e
incubadas por 24 horas a 37 ⁰ C. O blend de ácidos orgânicos foi composto por
25% de ácido benzoico, 30% de ácido fórmico, 25% de ácido fumárico e 20%
de dióxido de sílica. Já o blend de ácidos orgânicos associado ao extrato
vegetal foi composto por 21,2% de ácido benzoico, 25,5% de ácido fórmico,
21,2% de ácido fumárico, 17,1% de dióxido de sílica e 15% de extrato vegetal.
Por sua vez, o extrato de plantas foi composto por 50% de castanha
portuguesa (Castanea sativa) e 50% de acácia negra (Acacia decurrens).
Ambos foram testados em concentrações de 0,00%; 0,40%; 1,70%; 3,20%;
6,25%; 12,50%; 25,00%; 50,00% e 100,00%. A atividade antibacteriana foi feita
pela técnica de disco-difusão e diluição em caldo. A determinação da
concentração inibitória mínima (CIM) foi realizada pela técnica da microdiluição
em caldo, utilizando-se microplacas de 96 poços. Para a concentração
bactericida mínima (CBM) foram inoculadas em meio Tayer Martin, desprovido
de antimicrobianos, realizado em triplicata, sendo considerada CBM a menor
concentração do blend de ácidos orgânicos que apresentou subcultivo negativo
ou média de 0,1 UFC. Determinada a CBM, a concentração inibitória mínima foi
utilizada para avaliar o crescimento das bactérias na presença dos ácidos
orgânicos em função do tempo, determinando-se as curvas de sobrevivência
da Escherichia coli e Salmonella spp. Após a realização das análises, verificouse que, para as cepas de Escherichia coli testadas, a concentração inibitória
mínima (CIM) foi de 50%, tanto para o produto composto pelo blend de ácidos
orgânicos quanto para o blend de ácidos orgânicos com adição do extrato de
plantas. Já a concentração bactericida mínima (CBM) foi de 100% para ambos
os produtos testados, isto é, foi necessário o emprego dos produtos puros. Em
relação às cepas de Salmonella spp. estudadas, verificou-se que tanto a
concentração inibitória mínima (CIM) quanto a concentração bactericida
mínima (CBM) foram de 100% para os produtos avaliados. Também foi
observado que o efeito bactericida do blend de ácidos orgânicos frente a
Escherichia coli e Salmonella spp. depende tempo de exposição ao produto.
Para E. coli, observou-se que o tempo necessário para eliminar 100% das
cepas foi de quatorze horas na presença do blend de ácidos orgânicos e de
treze horas no composto de ácidos orgânicos mais extrato de plantas. Já
quando cepas de Salmonella spp. foram expostas ao blend de ácidos
orgânicos em diferentes tempos, o tempo de sobrevivência foi de onze horas
na presença dos ácidos orgânicos e treze horas no composto de ácidos
orgânicos mais extrato de plantas. |
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