Tuberculose em Fernandópolis, São Paulo, Brasil: uma abordagem integrada em Saúde Única

Abstract

A tuberculose (TB) uma doença ‘’esquecida’’ pela sociedade e de grande importância para a saúde pública, pois afeta inúmeras pessoas anualmente. A pesquisa teve como objetivo descrever o perfil socioepidemiológico dos acometidos por tuberculose no município de Fernandópolis, de 2014 a 2023, visando o desenvolvimento de ações de controle e prevenção baseadas em saúde única. Caracterizada como desenho epidemiológico, descritivo, transversal, retrospectivo, quantiqualitativo; a pesquisa foi realizada utilizando como unidade de análise o município de Fernandópolis/SP, com informações coletadas no banco de dados DATASUS do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e foram realizadas visitas domiciliares a 28 indivíduos notificados entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. No período de estudo foram notificados 159 casos de tuberculose. O perfil dos acometidos destacou-se por indivíduos do sexo masculino, de 20 a 39 anos de idade, com ensino médio incompleto e residentes da área urbana. Foram notificados 20 casos de tuberculose em co infectados por HIV. A forma clínica de destaque foi a pulmonar, e dentre os acometidos, 42% não completaram ou abandonaram o tratamento. O coeficiente de letalidade foi de 4,4%, e o de mortalidade 2 óbitos por 100.000 habitantes. As entrevistas revelam que a maioria dos pacientes com tuberculose pertence à classe social D, enfrentando vulnerabilidade econômica e habitacional. Moradias precárias dificultam o tratamento, e o baixo conhecimento sobre a doença leva a diagnósticos tardios, aumentando o risco de propagação. Fatores socioeconômicos e ambientais influenciam a disseminação da tuberculose, destacando a necessidade de políticas públicas para reduzir desigualdades e melhorar a conscientização. Concluiu-se que ocorreu aumento na prevalência de casos de tuberculose no município. A pesquisa indica que a doença carece de abordagem integrada na perspectiva da saúde única extrapolando os limites da questão médica e incorporando processos estratégias baseadas na saúde única para promover a saúde e melhorar a qualidade de vida dos grupos populacionais afetados. A visão integrada é emerge como estratégia fundamental para o enfrentamento dos desafios multifacetados da tuberculose, abordando tanto o tratamento quanto os determinantes sociais, econômicos e ambientais que contribuem para sua propagação.