Efeitos da Ozonioterapia doméstica em modelo experimental Murino de vulvovaginite por Candida albicans

Abstract

Na candidíase vulvovaginal, observa-se comumente prurido, placas esbranquiçadas, leucorreia, eritema e edema na vulva e vagina. Para o tratamento comum da candidíase utiliza-se antifúngicos em forma de comprimidos ou pomadas aplicadas diretamente na área da infecção. Antimicóticos apresentam alto custo e podem gerar efeitos colaterais indesejáveis. Uma proposta de baixo custo, simples, de fácil acesso e com poucos efeitos colaterais para o tratamento, pode ser embasada no uso do ozônio de forma medicinal. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da ozonioterapia medicinal em C. albicans por meio de ensaios in vitro e in vivo através do modelo experimental murino de vulvovaginite. O experimento foi conduzido in vitro pelo cultivo de cepas de Candida albicans por 24 h a 37 °C. Nas placas utilizadas para controle, foram semeados 10 µL da suspensão celular de C. albicans, com alça calibrada, em placas de Petri de 10 mm, contendo meio sólido Ágar Sabourand Dextrose. Essas placas não foram submetidas à exposição de ozônio. No experimento in vivo utilizou-se camundongos C57/BL6, fêmeas, com 45 dias de vida. diluídos em 0.2 ml de água destilada na dose de 2mg/kg/dia durante 7 dias. Após a supressão da atividade ovariana, foi inoculada, em dose única e sob anestesia, 20 µL de suspensão de Candida albicans em PBS estéril, na concentração de 105UFC/ml células leveduriforme. A distribuição se dera em 4 grupos de animais: Grupo Controle Absoluto: Não submetidos à infecção pelo patógeno; Grupo Controle: Submetidos à infecção por C. albicans, porém não tratados; Grupo Ozonioterapia: Submetidos à infecção agente patológico e tratados com ozonioterapia de uso medicinal; Grupo Lavagem: Submetidos à infecção e posteriormente tratados através de lavagem vaginal. Sinalizado um grupo controle. Para o Grupo Ozonioterapia foi realizado o procedimento de lavagem vulvovaginal uma vez ao dia durante três dias. Prontamente antes do sacrifício dos roedores, fora realizado o procedimento de coleta do lavado vaginal. Instilou-se 50 µL de PBS estéril na vagina de cada animal, com o uso de um micropipetador e ponteira de 100 µL, aspirando-se imediatamente em seguida. Os dados obtidos das UFC foram analisados através de estatística descritiva e analítica através do teste ANOVA, utilizando o teste de Tukey como post hoc, com alfa fixado em p>0,05. Verificou-se que a placa controle apresentou maior quantidade de UFC quando comparada às placas expostas ao ozônio pelo ar. Quanto a quantidade de UFC, a exposição por 600s demonstrou capaz de reduzir 98,89% o número de UFC quando comparado com as placas controle. As suspensões ozonizadas durante 60s e 150s não demonstraram crescimento celular, obtendo-se uma diferença de 100% quando comparada com a placa controle. Conclui-se com o estudo que o gás ozônio apresentou grande eficácia sobre a proliferação de C. albicans in vitro. Os melhores resultados observados foram com aplicação em meio líquido. A ozonioterapia foi capaz de reduzir significativamente a infecção no modelo experimental utilizado. Nos experimentos conduzidos in vivo, o número de UFC/ml encontrado foi menor no grupo tratado com ozônio.