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A endometrite pode ser causada pela entrada de patógenos no trato reprodutivo.
Como método de tratamento em processos inflamatórios e ou infecciosos em diversos
sistemas nos animais a ozonioterapia vêm sendo amplamente utilizada, embora sejam
escassas as informações na literatura sobre a resposta endometrial equina à
exposição ao ozônio (O3). O presente estudo teve como objetivo determinar a resposta
endometrial quanto a presença de polimorfonucleares neutrófilos à exposição ao O3,
por meio de citologia e avaliaçao ultrassonográfica uterina. Foram utilizadas para o
experimento oito éguas mestiças receptoras de embriões entre cinco e 15 anos de
idade, pesando até 450 kg, vazias desde a estação reprodutiva anterior, estando em
fases aleatórias do ciclo estral. Para o treinamento inicial e execução dos
procedimentos de citologia foram utlizadas duas éguas do Hospital Escola, as quais
não fizeram parte do experimento. As éguas do experimento foram submetidas ao O3
intrauterino (concentração de 52 µg/ml, 10 min, fluxo 0,12 L/min) durante três dias
consecutivos a cada 24 horas. Percentagens média de neutrófilos foram determinados
por meio da citologia uterina e os parâmetros uterinos (TC = tônus de cérvix; PA =
presença de ar; PF= presença de fluido; TU = tônus uterino; EU = edêma uterino e CC
= ciclicidade) por meio de ultrassongrafia e exame ginecológico trans–retal. As
avaliações foram obtidas nos momentos pré, durante e pós-tratamento. As variáveis
foram submetidas à análise de agrupamento, utilizando-se a distância euclidiana,
método complete linkage e gráfico bidimensional das variáveis observadas. A
porcentagem de neutrófilos sofreu mudanças no lúmen uterino como verificado por
meio de citologia durante a exposição ao O3 em todas as éguas. Tais éguas
inicialmente foram classificadas dentro da categoria normal a leve quanto a presença
de neutrófilos no útero. No entanto, a magnitude do aumento de neutrófilos assim
como permanência ou diminuição ao final do tratamento resultou em mudanças na
classificação clínica da endometrite. Tais mudanças foram influenciadas tanto pela
fase do ciclo estral, como pela condição uterina inicial. As análises possibiltaram o
grupamento das éguas de acordo com as respostas caracterizadas por parâmetros
uterinos comuns observados no decorrer do tratamento. Dentre tais parâmetros, a
ciclicidade, presença de ar no útero e tônus uterino exerceram maior influência sob
as respostas aos tratamentos nos momentos avaliados. Desta forma, quanto a
ciclicidade, observou-se que éguas no estro durante a exposição ao O3 responderam
com baixo infiltrado de neutrófilos. No entanto, éguas que iniciaram o diestro durante
o tratamento, com detecção de ovulação, apresentaram aumento de infiltrado de
neutrófilos no útero, o qual teve sua magnitude relacionada à classificação inicial do
quadro (nomal a leve). Conclusão: Ao contrário do que ocorre fisiologiacamente no
útero de éguas cíclicas não expostas a quaisquer tratamento, houve maior magnitude
quanto à presença de neutrófilos ao O3 no útero em diestro quando comparado ao
estro. Portanto, o aumento de neutrófilos com exposição ao O3, parece ser
hormonalmente modulado de acordo com a fase na qual é realizado o tratamento. |
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