Abstract:O monitoramento da qualidade das águas superficiais visa identificar os problemas e
buscar soluções para melhorar a qualidade de vida e a saúde ambiental. Este trabalho
objetivou avaliar a qualidade da água na Bacia Hidrográfica do Rio Tietê na região
metropolitana de São Paulo. Os dados foram obtidos por meio do Relatório de
Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo. As amostras de água foram coletadas bimestralmente durante
o ano de 2018. Foram utilizados oito pontos de monitoramento localizados na região
metropolitana de São Paulo, identificados como: P1 em Biritiba Mirim, P2 em Mogi das
Cruzes, P3 na jusante da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Suzano, P4 em
Itaquaquecetuba, P5 em Guarulhos, P6 na Ponte da Avenida Aricanduva em São
Paulo, P7 na Ponte das Bandeiras em São Paulo e P8 na Ponte dos Remédios em
São Paulo. Foram analisadas nove variáveis de qualidade da água: oxigênio
dissolvido, coliformes termotolerantes, potencial hidrogeniônico, demanda bioquímica
de oxigênio, temperatura da água, nitrogênio total, fósforo total, turbidez e sólidos
totais. Os resultados obtidos por meio do Relatório de Qualidade das Águas Interiores
do Estado de São Paulo da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo foram
utilizados para calcular o Índice de Qualidade da Água (IQA), em cada ponto de
monitoramento, por mês e média anual. Durante o ano, nos pontos P1 e P2 do Rio
Tietê a qualidade da água variou de ótima a aceitável (IQA entre 51 e 81). Nos demais
pontos (P3 a P8), a qualidade variou entre ruim a péssima (IQA entre 13 e 30), o que
permite inferir que a carga poluidora lançada na Bacia do Tietê é maior e o estado de
degradação está no curso localizado nas regiões urbanizadas. As variáveis de
qualidade da água avaliadas apontam que o ambiente de estudo tem influência da
ação antrópica, representado pelo lançamento de esgoto doméstico e industrial sem
tratamento na rede hídrica da bacia. Isto requer medidas para diminuir a deterioração
do rio em decorrência da emissão de esgotos. Para que os indicadores possam
apresentar resultados dentro dos padrões estabelecidos pela legislação, são
necessárias políticas públicas associadas à gestão da água, tais como maiores
investimentos em saneamento básico, controle do despejo de esgoto na bacia
hidrográfica e engajamento das comunidades em movimentos de revitalização das
águas, a fim de melhorar a qualidade da água do Rio Tietê e a sustentabilidade das
comunidades aquáticas.