Abstract:A leishmaniose é uma entre as seis endemias prioritárias no mundo, e as condições
ambientais e socioeconômicas, no ciclo de transmissão, afetam o comportamento do
vetor e dos reservatórios. Este trabalho objetivou caracterizar o perfil epidemiológico
da leishmaniose tegumentar e visceral no estado de Tocantins, no período de 2009 a
2019. Foi realizado um estudo transversal, descritivo, retrospectivo e qualiquantitativo.
A amostra foi delimitada ao período de 2009 a 2019, e os dados foram coletados no
site TABNET/DATASUS e Portal da Saúde do Ministério da Saúde. Após coleta dos
dados e cálculo dos índices, foi realizado análise estatística descritiva e os resultados
apresentados em formato de gráficos e tabelas. No período foram registrados 4899
casos de leishmaniose tegumentar americana (LTA) e 3128 casos de leishmaniose
visceral (LV). O coeficiente de incidência da LTA classificou-se como “baixo”, e a LV
como “alto”. A maioria dos casos ocorreram em indivíduos do sexo masculino,
destacando-se a faixa etária de 20-34 anos para LTA e de 1 a 4 anos para LV. Com
relação a zona de residência do indivíduo acometido a zona urbana foi a mais afetada.
Apresentaram lesões cutâneas, 94,6% dos positivos para LTA, já os sintomas mais
presentes nos casos de LV foram febre, fraqueza e emagrecimento. Os óbitos
computados por LTA foram 0,4% dos indivíduos acometidos, e por LV 5,8%. A
leishmaniose em Tocantins é um grave problema de saúde pública e requer especial
atenção das instituições públicas e civis dos mais diversos setores da sociedade para
enfrentamento consistente deste problema social. Assim, faz-se necessário a
articulação intersetorial voltada a corresponsabilização coletiva de iniciativa das
instituições socio-democráticas constituídas e dirigidas a amplo debate com a
sociedade civil e entidades privadas, para delineamento de políticas públicas de
enfrentamento da doença no interesse de uma efetiva consolidação da promoção da
saúde coletiva.