Utilização de extratos vegetais visando o controle de carunchos em feijões, carioca e caupi, armazenados

Abstract

Dentre os vários fatores que levam a perda de produtividade em feijões no Brasil e no mundo encontram-se os insetos-pragas. Além das pragas de campo que atacam nos diversos estádios de desenvolvimento da cultura, também são importantes as pragas que atacam os grãos armazenados, dentre as quais inclui-se Zabrotes subfasciatus e Callosobruchus maculatus. O controle dessas pragas utilizando componentes provenientes de plantas com ação inseticidas é uma alternativa de controle, vista a alta toxicidade dos produtos químicos utilizados no período de armazenamento dos feijões. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de extratos vegetais no controle destes importantes carunchos que ocorrem em feijão Carioca e Caupi. Os experimentos foram conduzidos no laboratório de Fitotecnia, da Universidade Brasil, Campus de Descalvado/SP. Os insetos utilizados nos experimentos foram obtidos da criação estoque mantida no próprio laboratório. Para os testes utilizou-se os extratos alcoólicos de Sálvia, Alecrim, Arruda e Erva de Santa Maria os quais foram formulados utilizando 150g de pós secos provenientes de folhas da espécie vegetal e 900mL de álcool a 70% (solvente), numa proporção de 1:6. Foram realizados testes para determinação da atratividade/repelência dos adultos utilizando o processo de biofumigação com substâncias voláteis dos extratos vegetais com o delineamento experimental inteiramente casualizado, com 8 repetições para cada espécie vegetal e cada espécie de caruncho. Cada repetição foi composta de arena formada por cinco caixas plásticas circulares, com interligação diagonal. Nos 4 recipientes laterais colocaram-se 10g de feijão, sendo que nas tampas de dois recipientes na diagonal foi fixado papel filtro de 5,5 cm de diâmetro, embebecidos com o auxílio de um micropipetador com 25 µL o extrato vegetal. Na caixa central foram liberados 20 insetos adultos e depois de 24 horas, anotou-se o total de insetos na testemunha (sem extrato) e no tratamento (com extrato). A partir destes dados, foi estabelecido um índice de preferência, onde I.P. = (% de insetos na planta teste - % de insetos na testemunha)/(% de insetos na planta teste + % de insetos na testemunha) sendo considerada planta repelente (I.P.= -1,00 a -0,10); planta neutra (I.P.= -0,10 a +0,10) e planta atraente (I.P.= +0,10 a +1,00). Pelos dados obtidos pode-se concluir que: Os altos Índices de Preferência (I.P.) negativos, ou seja, alta repelência aos adultos de Z. subfasciatus dos extratos de Alecrim, Arruda e Erva de Santa Maria, e dos extratos de Alecrim, Arruda, Erva de Santa Maria e Sálvia aos adultos de C. maculatus, caracterizam que estas plantas podem ser consideradas promissoras na utilização como inseticidas botânicos no controle destas pragas. O extrato de Erva de Santa Maria, para ambas as espécies de carunchos testadas, foi o que maior proporcionou repelência dos adultos.